Calote do consumidor tem a maior alta em dez anos


A inadimplência do consumidor aumentou 4,8% em abril, na comparação com março, puxada por dívidas não pagas de cartões de crédito, dívidas com financeiras e outros compromissos não bancários, informou nesta quarta, 16, a Serasa Experian. Foi a maior variação mensal para abril do Indicador de Inadimplência do Consumidor desde 2002. Em relação a abril de 2011, a alta foi de 23,7%. A expansão no encerramento do primeiro quadrimestre chegou a 19,6% ante a mesma base de comparação de 2011.
A inadimplência não bancária (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água) subiu 8,8% ante março e foi a maior responsável pelo avanço do índice em abril. Esse item contribuiu com 3,5 pontos percentuais do aumento de 4,8% observado no mês. Também puxaram o indicador para cima as dívidas com bancos, que apresentaram alta de 4,3%.
Já títulos protestados e emissão de cheques sem fundos recuaram, respectivamente, 13,7% e 7,4% em abril ante março. A Serasa Experian explicou, em nota distribuída à imprensa, que o endividamento crescente e as dificuldades do consumidor em honrar as despesas de início de ano se estenderam para além de março, considerado o mês mais crítico.
O valor médio das dívidas cresceu no acumulado do ano até abril ante o mesmo período de 2011. A maior alta (23,8%) foi observada entre os compromissos não bancários, que tiveram o valor médio elevado de R$ 312,44 para R$ 386,70.
Cautela - Em um cenário de grande oferta de crédito no comércio, o economista Francis Brode, especialista em educação financeira, diz que o consumidor deve ficar atento na hora de comprar um bem para não impactar  a renda. O ideal, ensina ele, é que os gastos no cartão e com prestações comprometam entre 15% e 20% do rendimento mensal.
“Importante é saber, também, se aquele bem é urgente ou se pode ser adquirido mais adiante à vista, sem necessidade de contrair dívida”, acrescenta o especialista.
A queda dos juros nas operações bancárias, anunciada pelos bancos públicos e que deve ser seguida pelos privados, é, na avaliação de Brode, boa oportunidade para “trocar” uma dívida por outra. “É vantajoso pegar um empréstimo com taxa de juro e prestação menores para quitar outro financiamento que está pesando no orçamento doméstico”, diz ele.
O superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Salvador, Carlos Roberto Oliveira, reforça que o momento, em função da redução dos juros, é ideal para o consumidor sanear as dívidas. “É a hora de buscar o credor e propor uma redução nas taxas. Há quem aceite receber apenas o principal da dívida, abrindo mão dos juros e encargos”, diz Oliveira.
Ele assinala, ainda, que a crescente inadimplência desde dezembro tem levado o comércio a ser mais conservador na concessão de crédito.

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