Inocência; qualquer brincadeira inocente é divertida



Sou último! Tem tudo! Escorregou, jogou!
Quem brincou de bolinha de gude ou qualquer brincadeira inocente e divertida quando criança sabe o quanto isso faz falta à molecada de hoje.
Num mundo onde o progresso a qualquer custo acelera até mesmo o pensamento, levando as pessoas a consumirem tudo que é passageiro, ou seja, fútil, a vida torna-se cada vez mais artificial; naturalmente tudo isso culmina numa conseqüência conturbada, irredutível à família, sobretudo à infância. Tendo, obviamente, pais e filhos como vitimas de um

sistema pré-concebido por uma elite parasitária e satânica onde o objetivo é estrategicamente a desintegração, a violência, a corrupção e o lucro exorbitante. Todavia, se levarmos em conta a ausência dos pais perante os filhos, e nesse quesito abre-se um parêntese – quando eles, os pais - presenteiam um (a) filho (a), ainda criança com um computador e não com uma bola ou instrumento musical, por exemplo; eles, os pais, são tanto vitimas quanto culpados pelas obvias conseqüências dos filhos no futuro, que crescerão sem uma infância rica de inocência, vazios espiritualmente, indefesos diante das dificuldades e como presas fáceis de serem 

devoradas pelo sistema.
Claro que uma boa educação e bons exemplos também são fundamentais na infância e à vida inteira. Mas nada substitui as brincadeiras sadias, nem mesmo a religião pode interferir nisso, mesmo porque brincar é uma arte insubstituível a qualquer ser humano, seja qual for a idade; pois alem de ser uma terapia, proporciona alegria, risos, compreensão, entusiasmo, poesia. Idem ajuda a desenvolver a inteligência cognitiva da pessoa. Transforma adulto em criança.
Ora, se a brincadeira é inerente à infância, então porque não despertar tudo isso de novo? Recomeçar as verdadeiras festas de circos e palhaçadas de crianças? Porque não nos tornarmos bobos e nos encantarmos com tudo isso? Isso mesmo, porque não nos tornarmos verdadeiros idiotas quando crianças e levarmos aos pequeninos sua legitima infância? É... Se não respondermos a tudo isso, acho que estamos ficando chatos! Velhos! Ranzinzas! Eca! Acho que estamos mesmo é nos tornando maquinas!!!
Diante disso, é preciso relembrar as boas brincadeiras acontecidas nos campos e nas cidades, de quando se brincava de tomar banho de chuva; de subir nas ingazeiras, nas mangueiras e nos pés de jabuticabas; das brincadeiras de bonecas confeccionadas à base de pano; de brincadeiras de cabra ou cobra cega; das brincadeiras de corre-corre, de chutar o vaso ou a latinha; das peladas em praças e ruas (ainda sem o cimento do progresso); das gostosas rodas de pião; dos bailados da pipa ao ar; enfim, dos “coles” das gudes azuis, verdes, brancas, de listinhas, pequenas, grandes... Do sou último! Tem tudo! Escorregou, jogou!



Por Ramair libarino
(Ramas)


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