O Brasil, como todos sabem, é um país de dimensão continental. Idem, sua diversidade cultural causa inveja a qualquer potência, seja da Europa ou de qualquer continente. No entanto, o que é regado aqui, nos países mais desenvolvidos a torneira é bem mais aberta, refiro-me ao orçamento direcionado à cultura.
Mas a falta de verba jamais interferiu no talento do povo brasileiro, se posso fazer uso daquela máxima que diz "que Deus é brasileiro", então de alguma forma somos um país abençoado, pois fomos agraciados por inúmeros artistas recheados de talentos, com honestidade com seu povo e muita preocupação com a igualdade, justiça social, liberdade e, sobretudo, com a soberania do país. E, tanto Jorge Amado, Quanto sua companheira, Zélia Gatai, confirmaram isso ao longo de suas militâncias políticas, lutando e resistindo bravamente por um país mais justo, moderno e livre da opressão ditatorial que aprisionava o Brasil, e ameaçava o intelecto do seu povo.
A brasilidade dessas duas figuras notáveis, ficarão como exemplo por toda vida no imaginário da nação. Suas literaturas, idem; suas paixões pela vida e o amor um pelo o outro, servirão de ensinamentos; suas sensibilidades humanas e intelectuais, serão como espelhos para todos; seus nacionalismos servirão como casas aos desabrigados de singularidades. Todavia, como o país dos trópicos foi uma generosidade divina, não contente, o todo poderoso presenteou a Bahia com Jorge Amado para que ele nos apresentasse Tieta, Gabriela, Dona Flor, Teresa Batista, Nacibe, Capitães da Areia e sua extensa obra envolvente e diferenciada.
Pensando da mesma forma e baseando-se nessa riqueza literária dessas duas figuras imortais, com muita disciplina, trabalho e pesquisa, os alunos do Colégio ACM, iniciaram, ontem, sexta-feira, (23), uma belíssima mostra sobre os 100 anos do escritor baiano. Quem foi lá, pôde vê de perto os famosos personagens, a tradição da região cacaueira, o velho porto da bela Ilhéus, as Baianas, os cabarés; enfim, literalmente, o (a) visitante teve a oportunidade de viajar ao túnel do tempo e conversar com Jorge e Zélia, vivenciar seus românces, viajar por suas histórias, tocar em seus personagens, conhecer as vegetações da Bahia, saborear a culinária da boa terra.
Ontem foi apenas o início, sendo o ponto de partida, a exposição. Hoje, segundo dia, haverá apresentações.
Quem apareceu ontem para visitar esse belíssimo trabalho, por mais que fosse uma pessoa insensível, ainda assim teria motivos para se emocionar, pois os alunos foram impecáveis em suas tarefas e nos seus papéis, transparecendo que podem muito mais, e que por trás do trabalho de cada um existe também os mestres que os orientaram, ou seja, seus professores.
Pescador de Brilhantes

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