Comissão da Mulher da ALBA debate HTLV

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A Sala da Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa da Bahia ficou lotada na manhã desta quarta-feira (28) com dezenas de profissionais da saúde, estudantes, portadores de HTLV, familiares e a comunidade em geral se reuniram em audiência pública para debater o tema O que é HTLV? Diagnóstico, tratamento e prevenção.
A audiência, proposta pela presidente do colegiado, deputada Fabíola Mansur, foi conduzida pelas parlamentares Neusa Cadore e Fátima Nunes e contou com a presença da representante da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Maria Aparecida Araújo.
Dentre os palestrantes estiveram o Dr. Bernardo Galvão, médico, pesquisador de HTLV e coordenador do Centro de Referência de HTLV da Escola Bahiana de Medicina; Rosane Cristina Andrade, doutoranda em HTLV da Universidade Federal da Bahia; Adijeane Oliveira de Jesus, presidente da associação HTLVida e portadora de HTLV e Aidê Nunes da Silva, docente em enfermagem e membro da equipe multidisciplinar do centro de HTLV.
“O HTLV é grave, se não acontecer nada para enfrentar o problema vamos continuar esquecidos. Chega, não suporto mais. Sou associação, não sou Estado e nem Ministério da Saúde”. Desabafou emocionada, Adijeane Oliveira de Jesus. Ao falar de sua dificuldade enquanto associação de atender o grande número de portadores que procuram a HTLVida necessitando de medicamentos e acompanhamento por diversos profissionais de saúde.
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O médico Nei Boa Sorte defendeu a urgência de algumas ações da Secretaria de Saúde, entre as quais incorporar o HTLV na agenda do Tele Saúde, informando e capacitando os profissionais em toda a Bahia e distribuir a “fórmula infantil” em substituição ao leite das mães infectadas. “Precisamos impedir que a grávida passe o vírus para o bebê, menos da metade das gestantes que tem diagnóstico de HTLV tem seu caso acompanhado. A infecção por HTLV na gestante é cinco vezes mais frequente que o HIV”, informou ele.
Ainda de acordo com Nei, em Salvador, de cada cem mulheres grávidas uma delas tem o vírus. Fazendo uma conta simples, das 430 mil crianças que nascem em Salvador, 430 correm o risco de se contaminar com o vírus através da amamentação.
A representante da Sesab, Maria Aparecida Araújo, informou que desde 2011 o estado colocou o HTLV na lista de notificações mas reconheceu que muitos profissionais ainda tem dificuldade de identificar a doença. “O estado tem muito a aprender com vocês, saio daqui hoje com o contato de todos e com o compromisso de ouvi-los”.
Ao ser questionada sobre a inclusão do HTLV no Programa DST/AIDS a diretora de vigilância epidemiológica disse que levaria a proposta ao secretário e se comprometeu a avaliar a possibilidade de realização de uma feira no próximo ano direcionada para o diagnóstico e prevenção da doença.

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