Uma família de Alagoinhas, cidade a cerca de 100 Km de Salvador (BA), levou um susto ao descobrir, no meio do velório, que o corpo que seria sepultado por eles não era do lavador de carros Gilberto Araújo, de 41 anos. Gilberto surpreendeu a todos e provocou corre-corre ao aparecer no velório em casa, onde estavam muitos amigos e parentes.
“Teve muito susto. As meninas caindo
ali, desmaiando, gente correndo. A rua encheu de moto, de carro, de
tudo”, conta a vendedora Maria Menezes.
Gilberto disse que soube na rua, por um
amigo, de toda a confusão. Ele conta que ligou para falar com alguém no
velório, mas quem atendeu achou que era um trote. Então, ele resolveu ir
pessoalmente mostrar que estava vivo.
“Um colega me ligou (dizendo) que tinha
um caixão, que era eu que estava morto. Aí eu disse ‘gente, mas eu tô
vivo, me belisca aí”, conta Gilberto.
Segundo um irmão de Gilberto, o último
encontro da família com o lavador de carros tinha ocorrido há cerca de
quatro meses.”Ele só aparece de ano em ano, a gente fica muito tempo sem
se encontrar. Ele mora aqui em Alagoinhas, mas cada dia está em um
lugar diferente”, diz José Marcos Santana Santos, irmão de Gilberto.
O corpo que a família reconheceu na
manhã de domingo (21), no Departamento de Polícia Técnica local, é de um
homem muito parecido fisicamente com Gilberto, o que provocou o
equívoco entre os familiares, desde a liberação do corpo até a cerimônia
de velório. Ninguém percebeu a troca até que Gilberto aparecesse na
casa.
“Eu fiquei muito alegre porque qual é a
mãe que tem um filho que dizem que está morto e depois aparece vivo?”,
diz a mãe Marina Santana.
O corpo, ainda com identidade
desconhecida, foi liberado do DPT na manhã de domingo e velado durante
toda a noite na casa da mãe do lavador de carros. O enterro estava
previsto para o final da manhã de segunda-feira (22). Depois que a
situação foi esclarecida, o corpo foi devolvido à Polícia Técnica.
“Vai ser tudo desconstituído e mais
trabalho para a Justiça, tanto documental, quanto processual. Iremos
começar do zero mais uma vez”, diz o delegado Glauco Suzart.
G1
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